A T. começou a comer sopa aos 4 meses. Tinha o peso no percentil 25 (ainda tem) e o perimetro cefálico algures entre o 5 e o 10. A pediatra não gostou dos indicadores embora a criança estivesse optima e mais esperta do que uma alface acabada de colher.
Começamos as sopas. Batata, cenoura e cebola. Não foi um espanto mas foi andando.
Pouco depois a T. começou a tossir muito sempre que lhe davamos a sopa, tossia no decorrer da refeição, espirrava e tossia até mais não e depois vomitava.
Vomitou quase todas as vezes, a maior parte delas com a sopa e algumas, não tantas, com a papa.
Aos 5 meses continuava com o peso no 25, embora o comprimento esteja sempre no 90. A médica continua sem gostar e manda duas refeições de sopa e fruta por dia.
Fruta a T ainda gosta menos, seja cosida ou crua. Não vai. A sopa continua a ser vomitada quase refeição sim.
A mãe (eu) zanga-se e entra em stress. Afinal que mãe é que gosta de ver a sua criança a vomitar constantemente as refeições?
Relutante passa ao plano B. Sopa no biberon. A T vê o biberon e manda-se à coisa com unhas e dentes... até perceber que não tem leite. Nada feito, nem mais uma gota.
Passam uns dias e a mãe, ainda em desespero que as mães são, por definição, de desespero fácil (pobres pais), resolve misturar a sopa no leite. Resulta a primeia vez porque a T estava esganada de fome. Depois já não resulta, mesmo cheia de fome não come e chora até adormecer de cansaço.
A mãe desiste por tempo indeterminado e passa directamente às papas. A T estava a ficar magrinha (ainda bem que a pediatra não a viu neste intervalo) Passamos a duas refeições de papa, uma de iogurte com bolacha e fruta que de tão escondida ela come bem, e uma de leite.
Não houve mais tosse, nem espirros, nem vómitos. Bebé feliz e de barriguinha cheia, sorridente mas sem dentes, e simpático como só ela pode ser. Mãe feliz, passa o desespero e o pai já pode respirar de alivio que a mãe voltou a ser o bichinho afável de sempre.
Consulta dos 7 meses na pediatra. O pânico! Bebé não pode estar só com proteína do leite. Bebé com peso no percentil 25 e comprimento no percentil 90, que se senta sozinha e quase que se põe em pé, que rebola e se chateia porque por mais que mexa as pernas e os braços ainda não vai a lado nenhum, mas que não tem um único dente, não pode beber só leite.
A mãe explica que bebé não come. Bebé fecha a boca e não abre mais, bebé chora muito, bebé vomita tudo se insistimos. Pediatra não entende que bebé tem vontade própria. Não há como abrir aquela boca nem como deixar ficar a sopa no estomago. Pediatra não quer saber se eu, mãe, consigo assistir impávida e serena ao espectaculo de ver o meu bebé a vomitar toda a sopa que lhe enfio na boca.
Base de entendimento: nada de sopa. Puré de qualquer coisa com carne (boa! isso se ela abrir a boca)
Primeira tentativa: puré de feijão branco com carne (pato)
round 1: entrou metade do prato; saiu tudo o que entrou e ainda (sim e ainda!) um bocado do leite do lanche!
round 2: entrou quase todo o prato; não saiu nada.
Fiquem por favor ligados para as cenas dos próximos episódios. E se por acaso se cruzarem comigo e acharem que o meu cabelo está ligeiramente mais claro fiquem a saber que pode muito bem ser do sol, e não terá nada a ver com o facto desta minha filha se recusar a ser um bebé comilão como a irmã.
1 comentário:
Não desespere!
Os nossos filhotes não são iguais, apesar da educação ser a mesma.
O meu biju pequeno também é um castigo com o comer e só agora ao fim de quatro anos é que já come mais diversificado (tem sido uma luta no colégio e em casa). Sem stresses, porque eles vão-se habituando a novos sabores e texturas, mas tudo no ritmo deles e não no nosso.
Felicidades!
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